13.7.08

Nada

Arrasto os pés nesta areia branca
(é de noite)
o vento sopra forte, rente no chão,
criando sons metálicos que surgem como mosquitos,
da minha armadura, que brilha sozinha,
à lua.

O mar ruge devagar,
o céu tosse uma poeira branca,
... de nuvem e estrela.
Estou aqui neste lugar,
com a minha espada enferrujada,
em busca da morte.

Cansado de esperar,
arrasto-me de novo para a caverna,
onde adormeço e me esqueço quem sou,
esperando que amanhã seja de noite outra vez.

7.7.08

Reaparece

Caminho entre folhagens,
só.
Conheço o sítio mas estou perdido.

O bosque é denso e escuro,
(mais uma vez?)

De repente ensombra-se o caminho,
encurta-se...

...estreita-se.

Lembro-me! e eis que me aparece,
eis que me reaparece,
o monstro negro,
a Hidra de uma cabeça...
de musgo e rocha cortante...
...ofegante.


Assim não escapo, estou encurralado mais uma vez,
estou escondido, raptado de mim,
de novo no fim,
preso e enroscado no bafo quente,
do algo que se prepara para me devorar...

...mas que nunca o faz.

Segue caminho mais uma vez, mas vai voltar.

Quando?

Agora.