- Olha, se tudo fossem momentos assim, o que seria de mim?
Soltas um poema que se passeia ao som de um vento que arrasta nuvens de preguiça e saliva no ar de uma tarde quente e húmida. Passas-me o pão doce e trinco-o, dou-lhe uma dentada forte e sei que não nos voltaremos a ver. Olhas-me com olhos de certezas e a tua pele tem sede (sei-o agora que te provo). Acabas o teu pão sem parar de gemer, sorris e voltas-te. As tuas costas pegam fogo, ganhas essas asas de vidro que me cortam o ai que me sai da boca atrasado.
Vais-te mesmo assim, ofuscante e liberta.