Pergunto-te:
E se o desejo fosse morto,
assim como quem quer a coisa
assim a toque de caixa
assim com faca sem gume?
Ou então...
Se morresse de repente,
partindo-se ao meio,
vertendo-se para o chão,
esquecendo-se do mundo?
As nossas peles perderiam o cheiro,
o nosso corpo o calor.
As nossas bocas secariam,
Os nossos olhos ficariam sem cor.
Pois que venham todos ver esta festa,
que está quase a começar,
que entrem, que aqui se está bem,
já se sente a morte no ar.
31.8.09
6.5.09
O Túnel
Algures aqui há um túnel.
Camadas espessas de betão
com passagem escondida,
de entrada suja.
Entro.
Sei-te, existes mas não te encontro.
Mesmo quando mergulho as mãos no musgo,
Mesmo quando me entrego à água lamacenta.
Mesmo quando grito o teu nome até à exaustão do sangue.
Mesmo quando, cego, passo as mãos pelas paredes escorregadias deste muro.
Não te vou encontrar mas quero-te dizer que sei do teu outro lado,
Aquele de luz quente e vermelha,
de ferida aberta à espera de se fechar.
Camadas espessas de betão
com passagem escondida,
de entrada suja.
Entro.
Sei-te, existes mas não te encontro.
Mesmo quando mergulho as mãos no musgo,
Mesmo quando me entrego à água lamacenta.
Mesmo quando grito o teu nome até à exaustão do sangue.
Mesmo quando, cego, passo as mãos pelas paredes escorregadias deste muro.
Não te vou encontrar mas quero-te dizer que sei do teu outro lado,
Aquele de luz quente e vermelha,
de ferida aberta à espera de se fechar.
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