8.12.05

Sarcófago

Pleno de cheiro a nada
Amarelo fino de pó
Sufoco de 3 metros
da terra dura e só.

No escuro me debato
Comigo fora de mim
Respiro o ultimo ar
Suspiro-o até ao fim.

Mais uma vez me fico
Deitado e inerte
Mais uma vez me fecho
Contigo longe, sem saberes.

Descobre-me, salva-me, tira-me
a terra, levanta-me do chão
Beija-me com ar novo
Respira-me também.

21.9.05

Tudo de velho

Nada de novo,
Tudo de velho,

Tudo já visto
As mesmas coisas,
O mesmo lugar.

Um beco escuro de paredes escorregadias
Mal iluminado e final.

Beco escuro velho e forte,
Desde sempre meu
e para sempre em meu redor,
Eternamente.

4.9.05

Daqui a um minuto já me fui

Daqui a um minuto já me fui.
Daqui só o abismo,
só a solidão eterna?

Daqui a um minuto estou só,
e todos à volta emitirão grunhidos abafados
longe.

Daqui a um minuto nunca mais te vejo a face,
nunca mais te beijo os labios,
nunca mais te olho os olhos.

Daqui a um minuto nunca mais te tenho a mão no peito,
nunca mais me dizes que já passou,
e que o minuto se adiou.

Minuto desgraçado,
Não te aguento a espera,
Não te pedi para começar...
suplico-te para acabar.

1.9.05

Tira-me o vento

Leva-me este vento que me esfria
que me toca com punho de aço frio
que me agarra com braços forjados de gelo!
Apaga-o
Abafa-o
Agarra-o

Se mo tirares da frente
abrir-te-ei os braços

e largar-me-ei ai,
em ti.





depois...

...assim ficas
de riso pequeno
a olhar em volta
no areal apagado.

23.8.05

Desabafo

De um gato. Sai da noite e encara o Sol. Franze os olhos. Medroso. Sai da toca? Não.

É preciso ser-se filho de uma grande Puta para se ser Sol que arde e não se vê. Melhor ainda: Ser escuro e ficar na Sombra. Ser mau e ficar no inferno.

Basta. Fico na toca.

Mas só por agora.

Cabrão mais uma vez.

Dedicated to...

18.8.05

Dor de Gema

Dor de Gema, cruzes canhoto
Dor de Alma, cruzes dextro.

Dor de dentro, fora.
Do centro.

Dor demais.
Desmaia. Há mais.

Dor de tudo.
De todos.

Que se lixe.
O quê?
A dor!
Ah! Meu granda Pimpinela!

Óimps!

29.7.05

News Of The World



As he came with his bare hands...

No soul had it's pay.

And the sacred perished...

Along with their shiny pray.

26.7.05

The use of Good Sense

Well, not all of it. Just a litlle bit. Just a tiny litlle piece of it. Like, for instance, if you would cut a slice of it, with the sharpenest knife.

Maybe to much yet?

Well, we could do better. By grabbing a very nice electronic microscope, we could see and then extract just a few atoms of it...

And if it were for just one atom?

No?

Ok, back to basics.

25.7.05

Pitoresco

Pin Pum.
Pitoresco.
Pin Pum.
Pictórico.
Pin Pum.
Periférico.
Pin Pum...
... Picuinha, Pica-Pau, Pina-Manique.
...
Piña Colada...

Pilosidade agarrada à ponta do Pimento!

Pindérica Parvoíce.

Ponto.

23.7.05

O Monstro

Acaricio as suas paredes macias e escorregadias. Sinto-lhe o musgo. Não se deixa ver, está mudo. Silêncio em espiral que me esmaga. Gotas profanas deleitam-se no meu corpo, escorrendo pela pele trémula. O chão é lama, cimento, betão.

E afunda-se.

Percebe-se agora, mais uma vez, que temos menos tempo. Fica mais pequeno aquele ponto de luz que nos lembra as origens. E fica-se assim, com frio, passando as mãos pelas pedras polidas e molhadas. Neste túnel de preto, de lástima e desespero, ninguém ouve os gritos roucos e fugidios que se escapam.

Aqui, no poço, me fico e me choro.

20.7.05

Marginal


Olho azul de névoa crescente. Acidez crepitante. Vertigem contínua. Calor. Miragem enevoada. Inevontade. Desdém. In. Dor de preso, de constante, de intimado de ... sufocado.

Falta de mar na Marginal.

15.7.05

14.7.05

10.7.05

Mac Daddy

Yu Mac Daddy, post a prostestant fur mi. Ya maike thas grou, mán. Énd saivs uss frum ty strung wourds, ye. Sives uss. hum hum. Énd cumm alónn, ya, cumssi num tenportes, ya.... Trumps shzzzzity. Áve séid.

7.7.05

Hoje ainda não.

Alimenta-se. De nuvens azul-negro. Pelo que sabe não quer saber. Limita-se. Assim. A estar. Como quem não sente finge que foge. Mas o tempo hoje vai mudar meu caro. Ai estão as não cores, os não sorrisos, os não abraços, os não beijos, os não amados. Os que sabem, esses, perecem. Enterrados em nada mas em tudo, fazem ouvir o seu silêncio. Os de cima fingem-se surdos. Ouvir para quê? Não é para hoje! Ainda não é hoje que o tempo vai mudar.

6.7.05

As peças dos outros

O puzzle continua, e vai ficar, incompleto. A zona preta é demasiado igual e não se conseguem encontrar peças que sirvam. Apertam-se as que há e não se passa a mão por cima, não se tenta sequer sentir a suavidade prometida da planície encaixada. As peças dos outros servem-lhes nos puzzles. Pelo menos de longe é o que parece. Eles passam-lhes as mãos por cima...

5.7.05

O Mergulho

Embora lhe doa respira fundo e mergulha no escuro tépido. E fá-lo novamente. E depois, e depois, repetindo-se até ficar sem forças ou quaisquer tipos de vontades. Cá fora, sentindo a brisa fria, encolhe-se olhando o fundo. Não vê nada, à excepção de pequenos clarões de um azul fugidio. Imagina-se a mergulhar de novo mas a cabeça cai-lhe sobre os ombros, cansada. Gotas do líquido escorrem-lhe dos olhos. O cabelo húmido cola-se ao crânio, lembrando-o da sua pequenez. Assim, desajeitado, deixa-se morrer sem saber bem porquê.

4.7.05

O Ser de dor

A agulha penetra e o ser contrai. Dobra. Geme e contorce os dedos. Os pés viram-se para dentro e o ser enrijece. O cérebro não pára: imagens de dor atropelam-se e gritam-lhe aos ouvidos. É ele o centro. De peito mordido, cai. Sem vontade. Não morre. Ainda o é.

1.7.05

Através dos que ardem

Através dos que ardem levanto-me e olho em volta. Através deles, dos que ardem, sinto-me sem forças, sem braços e pernas meus, sem peito para a frente. De seiva seca, guio-me por eles, pelos que ardem, através da textura grossa do caminho, gelatina fibrosa que teima em me fazer parar. E quase o faço, embora veja, através deles, dos que ardem, que há mais. Esfrego-os e continuo em frente. Só em frente.

30.6.05

Coisas Interessantes

As coisas interessantes já foram todas ditas. Coisas úteis, giras, simpáticas, antipáticas, de intervenção, de confusão, de consentimneto, pressentimento. Fartos de coisas interessantes estamos nós, de filosofias de vão de escada que não servem para mais do que nos fazer perder tempo. Leiam-se Platões, Descartes , Sartres e Becketts... E depois fale-se. Ou então vejam-se a merda dos episódios de Verão dos "Morangos com Açucar". Talvez só aí se aprenda alguma coisa. O que interessa hoje é sentir muito, ainda que virtualmente, e relaxar os maxilares ao comer hamburguers PVC. E pronto. Que se faça um reset, sei lá.

29.6.05

Os nomes interessam

Não sou Xharf (que parece um detergente útil para esfregar banheiras), mas sim o Xnharf. Isto pode parecer irrelevante mas não é. Começarei a escrever coisas interessantes assim que puder. Agora... não posso. Podem deixar os vossos comentários, é grátes.

28.6.05

Agora não posso

Agora não posso pois estou a trabalhar... shiuuu. Bem, (olho em volta)... Isto há-de servir para alguma coisa. Ou não.