Algures aqui há um túnel.
Camadas espessas de betão
com passagem escondida,
de entrada suja.
Entro.
Sei-te, existes mas não te encontro.
Mesmo quando mergulho as mãos no musgo,
Mesmo quando me entrego à água lamacenta.
Mesmo quando grito o teu nome até à exaustão do sangue.
Mesmo quando, cego, passo as mãos pelas paredes escorregadias deste muro.
Não te vou encontrar mas quero-te dizer que sei do teu outro lado,
Aquele de luz quente e vermelha,
de ferida aberta à espera de se fechar.