21.11.08

O Abutre

Este não voa em círculo,
Mas corta picado o ar já fétido
(sabe o que quer)
Deleita-se enquanto me espera,
Saliva enquanto me antecipa o sabor...

O meu Abutre é só meu,
e só a minha carne devora
mesmo que ainda não morta,
mesmo que só moribunda.

Este Abutre é portentoso,
De cima é um Rei dos Mortos,
Uma capa negra, negra
Que consome o Sol de uma penada.

Este Abutre tem olhos tristes de criança sem pai,
As mesmas penas velhas desde que nasceu,
O mesmo amargo de boca que a minha carne não cura...
Este Abutre não sabe que vai morrer.

1 comentário:

Renháu disse...

passarinho...
passarão
vou-te caçar
ou talvez não

tem cuidado
passaroco
gato assanhado
fica louco

Renháu